As notícias e as imagens que nos chegam de Israel e Palestina, nunca pararam de nos chegar, de nos revoltar, de nos questionar. Ninguém tem razão. O uso de violência ultrapassa a racionalidade, ultrapassa a razão. A Palestina quer os territórios que perdeu e que sempre foram seus, Israel quer encontrar a sua terra. Os esforços foram sucessivos numa tentativa de encontrar a solução. A divisão do território palestiniano foi a solução. E quem são os israelitas para ocupar um território já ocupado? E quem são os palestinianos para declarar que aquela terra é deles? O mundo não é de ninguém, e os territórios não passam de fronteiras criadas pelo Homem. Ninguém tem razão. O cerne da questão prende-se com questões arcaicas. Arcaicas como a invasão e a luta pelos territórios. Só que antes também o Homem era arcaico, hoje o Homem luta com o que tem de pior. Os ataques terroristas pelo Hamas estão cada vez mais intensos, e matam cada vez mais inocentes, matam dos seus, dos outros, não importa, o que importa é causar impacto e terror, para que os israelitas desocupem as terras. Por seu turno, os israelitas atacam a palestina, tentando ser politicamente correctos sem o ser. Avisam os ataques, mas a matança a palestinos civis continua, monopolizam recursos, e o cessar-fogo que nunca acontece. Ninguém tem razão, porque a violência nunca tem razão. Mas de facto, se Israel quisesse mesmo paz, atenderia ao pedido do Fatah. Punham fim à ocupação das terras (que aconteceu na guerra dos seis dias), retornando assim às fronteiras de 1967, assinavam um tratado de paz, libertavam todos os prisioneiros e solucionavam a questão dos refugiados palestinianos. No fundo, se isto já tivesse acontecido, a violência provocada pelo Hamas não tinha chegado a estas proporções. Por outro lado, o ódio é tanto, que estes dois povos nunca conseguiriam e talvez nunca conseguirão conviver sem haver conflitos, sem haver o desejo mútuo de que um destes povos não exista. Os conflitos vão continuar. E talvez continuem e gerem uma guerra mundial. Talvez a ideia é mesmo continuar, numa tentativa de medir forças, numa tentativa de ver quem merece o território, numa tentativa de ver quem é exterminado primeiro.
O post de abertura deveria ser menos triste, mas o inicio do ano começou com más noticias do mundo, e a vontade de expor o que penso sobre este assunto já há muito que me assaltava.
Um Bom Ano 2009!